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  • Foto do escritorMagda Cruz

Crónica. "Sensibilidade e um catavento"


Estava a beber café, numa das pastelarias de um dos Gato Fedorento, quando ouvi um rapazito falar.


Com os seus 12 ou 13 anos, dizia: "Os rapazes são menos sensíveis. Nós não paramos para dizer que gostamos uns dos outros". Dizia isso como se tratasse de uma coisa boa. "E se não gostarmos de alguém dizemos na cara «Eu não gosto de ti» e a vida continua." Ele explicava à mulher que tinha à frente (talvez mãe, se calhar tia, ou nada disso) que os rapazes nunca deixam nada por dizer - seja a quem for. No entanto, pela lógica dele, as palavras ternas, doces e aconchegantes ficam de fora.


Estou de novo num café. Desta feita não no do Zé Diogo, mas num bem mais histórico, bonito - e um nadita mais caro. É n'A Brasileira que as leitoras se juntam para falar de "A História de Roma". E diz a autora: “Dei um exercício a mim própria: vais para uma ilha deserta com uma resma de papel e tens de voltar com um romance.” E, sem se enterrar em estudo e investigação, que história é que Joana Bértholo acaba por escrever? Que livro traz da ilha? A autora oferece uma explicação, que é também uma tentativa de definição do que habita naquelas páginas: “é um livro sobre o amor e o desamor, como cada parte do casal vive esse amor”.



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