Magda Cruz
Gonçalo Câmara, o poeta de copa larga que tirou da pandemia um livro de poesia
Podcast Ponto Final, Parágrafo: A quarentena dos escritores

O poeta Gonçalo Câmara, numa foto cedida pelo próprio
O segundo convidado na série “A quarentena dos escritores”, que podes acompanhar no podcast “Ponto Final, Parágrafo”, é Gonçalo Câmara. O isolamento do poeta e radialista fez-se entre várias paisagens, com companhia canina, muita reflexão e livros. No episódio 30 do podcast, Gonçalo dá conta da importância da cultura, conjuga o verbo desconfinar e lê haikus (forma curta de poesia japonesa) do novo livro que chega no final deste ano.
Para ouvir aqui: https://open.spotify.com/episode/1OpxSawk8T0LkdUQ2bCjXz
Os escritores costumam isolar-se do caos do mundo para escrever. Mas quando o isolamento é imposto, como fica a relação com as palavras?
Gonçalo Câmara publicou o primeiro livro de poesia, “entre o deserto e a montanha”, no verão passado. Quando não está a escrever poemas ou crónicas, dá voz aos poemas nas rádios onde trabalhada, a Smooth FM e a M80. O livro que aí vem é totalmente dedicado à forma curta de poesia japonesa. “A Árvore Que Não Fazia Sombra” tem cerca de 130 páginas apenas com haikus, publicadas pela Emporium Editora.
O livro anterior de Gonçalo, “entre o deserto e a montanha”, de poesia em viagem, que também contém haikus, foi escrito numa esplanada em Belém, virada para o Tejo. O novo livro já não, conta: “Basicamente aproveitei a quarentena para dar corpo a isto. Não é obrigatoriamente poema escrito em tempo de COVID”, ri. “Alguns foram escritos em viagem, outros em casa, em Belém, no Alentejo, outros nos Açores há uns tempos.” A quarenta serviu muito para escrever, já que Gonçalo se revelava um pouco preguiçoso na montagem do livro. “Tinha os poemas todos compilados e aproveitei a quarentena para pôr isto em ordem. Basicamente foi o motor de arranque para o que será um livro lançado no final deste ano ainda.”